A Princesa Prometida

TENHO A MANIA DE COMPRAR LIVROS PELA CAPA e, na verdade, acho que todo mundo deveria fazer isso para conhecer novas obras. Alguns acham que é duvidoso, já que o conteúdo é o mais importante. Concordo, mas o que posso fazer? Dê uma olhada na bela ilustração da capa com os personagens de A Princesa Prometida e me diga se não desperta seu interesse?!

A ilustração da capa é de Ise Ananphada

Já ouvi falar do filme de 1987, mas confesso que nunca tive vontade oportunidade de assisti-lo, mesmo sendo considerado um clássico por aqueles que tiveram uma infância feliz na década de 1980 – eu sou de 1990 e isso explica as horas e horas assistindo brucutus se explodindo –; tampouco sabia que era baseado em um livro e estrelado por Robin Wright, a eterna Jenny Curran de Forrest Gump (já falei dele em outro post AQUI).

O curioso é que, à primeira vista, eu pensava que o livro se tratasse de uma novelização do filme, pois grandes obras cinematográficas já percorreram esse caminho, por exemplo: Os Goonies, Star Wars, Alien, A noite dos mortos vivos; e os mais recentes como O labirinto do Fauno e A forma da água – todas elas se transportaram dos cinemas para as livrarias. No entanto, o livro A Princesa Prometida foi escrito por William Goldman (1931-2018), sendo originalmente publicado em 1973 e é considerado um clássico cult americano que influenciou a cultura pop.

Buttercup e Westley

O ENREDO tem essência cômica e conta a história de amor entre a mocinha Buttercup com Westley, o garoto ajudante da fazenda. Porém, após se apaixonarem, o rapaz é morto no início de sua jornada em busca de riqueza e Buttercup, após um tempo de luto, “aceita” se casar com um príncipe.

Não parece um roteiro inovador, certo? É verdade e talvez a obra tenha ganhado o rótulo de cult porque Goldman conseguiu juntar todos os clichês de histórias românticas e criar algo original, com elementos de aventura, fantasia, romance e humor com personagens carismáticos e bom uso da metalinguagem.

Antes tarde do que nunca, o título só foi publicado no Brasil em 2018 pela Editora Intrínseca e recebeu tratamento de luxo, com capa dura e impresso em papel pólen

SOBRE A NARRATIVA podemos dizer que a metalinguagem influencia totalmente o desenvolvimento da história. Goldman foi inovador ao se introduzir ao leitor como o “editor” de “A princesa prometida’, uma obra clássica do maior escritor da cidade de Florin, S. Morgenstern”. O livro, a cidade e o escritor florinense em questão são todos fictícios (não se preocupe, essa informação não é spoiler). Isso porque Goldman se aproveita do seu título de “criador/editor” da obra para se intrometer no meio da história, seja omitindo trechos longos ou resumindo o que aconteceu entre um ponto e outro (cortando as partes chatas, como ele diria).

Deste modo, são duas narrativas: o romance da princesa Buttercup entrecortada pelos comentários do “editor” no meio da história. Às vezes era incômodo esse tipo de alternância, mas vale dizer que William Goldman conseguiu criar uma “jornada do editor” que, posteriormente, gerou conteúdo extra para as edições comemorativas do livro.

Conteúdo a mais na edição brasileira

Ter lido e assistido A princesa prometida foi como inserir uma nova lembrança na minha infância, com personagens carismáticos que merecem um pouquinho de atenção.

  • Buttercup: é a princesa que saiu do campo e nunca esqueceu seu único amor.
  • Westley: é a personificação de um herói da Disney.
  • Fezzik: a história do brutamontes só não é melhor que a de André the Giant (1946-1993), lutador que deu vida ao personagem no cinema.
  • Inigo Montoya: é o segundo núcleo da trama (principalmente no livro), cuja busca por vingança pelo assassinato de seu pai o transformou em um exímio espadachim. É dele o bordão “Hello, my name is Inigo Montoya, you killed my father, prepare to die”.

Pedro Pascal, és tu?!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *