Acervo do Hugo + Entrevista | Anemia Cerebral #10

Vamos mostrar algumas dicas de leitura e conhecer mais sobre a biblioteca do Hugo. Mais abaixo postamos a entrevista conversando sobre o acervo.

Bate-papo com Leandro: https://youtu.be/bClqJfsVu3o

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BATE-PAPO sobre livros e quadrinhos

Essa entrevista com o Hugo complementa o vídeo e segue o estilo de perguntas que o Leandro respondeu nesse bate-papo (assista aqui), mas comentando também sobre o canal.

Anemia Cerebral: Como surgiu o canal?

Hugo: O canal é meio que uma continuação dos bate-papos que o Diogo e eu tínhamos desde a época de escola e que ficava só entre nós. Falávamos de filmes, livros, histórias em quadrinhos e inventávamos nossas próprias paródias, escalando atores ou fazendo uma versão brasileira de algum blockbuster. Então, em 2015, resolvemos unir esse conteúdo que gostávamos, aliado à nossa maneira descompromissada de falar das coisas para montar o canal.

AC: Por que criar conteúdo sobre cultura pop em um nicho saturado?

H: A cultura pop está saturada em quantidade, mas não em qualidade. Fizemos o Anemia Cerebral primeiramente como um hobby, mas acabou indo um pouco além. Hoje, quando vamos falar sobre alguma obra, estudamos muito antes de gravarmos e sempre tentamos inserir nossa bagagem cultural dentro dos vídeos, mas sem perder nossa essência.

AC: Prefere filmes, séries, livros ou quadrinhos?

H: Eu tive meu tempo de cinéfilo até a faculdade e nunca tive muita paciência para acompanhar séries, então fiquei mais voltado para a leitura.

AC: Como surgiu a vontade de possuir um acervo/biblioteca particular?

H: Desde criança eu gostava de livros e a introversão deve ter sido um fator importante para isso acontecer. Eu gostava dos livrinhos infantis ilustrados e revistinhas de Pokémon ou a Mad e aos poucos fui lendo as obras que a escola empurrava para os alunos; não lembro de nada específico, mas deviam ser da Coleção Vaga-Lume. Depois, li um pouco de Harry Potter, mas não gostei muito porque os livros eram grandes e eu lia muito devagar na época… Fiquei nessas de ler um livro aqui e um gibi ali, mas sem muita assiduidade até entrar no ensino médio e conhecer o Diogo que me apresentou Drácula de Bram Stoker, O apanhador no campo de centeio e os quadrinhos do Batman. A partir daí, não parei mais de consumir livros e hq’s e o acervo foi crescendo naturalmente.

AC: O que ainda te leva a consumir livros e hq’s?

H: A leitura é para mim, além de entretenimento, uma experiência que remete ao desenvolvimento individual e, em relação aos quadrinhos, o ato de admirar uma arte sequencial estimula minha imaginação e meu repertório visual e artístico. Além disso, consumir livros e hq’s também influenciou na minha vida profissional porque tive participação na arte final de uma hq desenhada pelo Diogo (O gato preto), além de abrir portas para trabalhar com editoras grandes.

AC: Qual gênero você mais gosta?

H: Tento ler de tudo, não tenho preferência por gênero ou autor porque eu sempre avalio as obras individualmente. Leio livros de auto-ajuda, culinária, policial… para mim, tanto faz, portanto que seja bem escrito e dinâmico, o que vale é a experiência da leitura, mesmo que seja apenas por entretenimento.

AC: Quais suas obras preferidas?

H: Elas vão mudando conforme termino as minhas leituras, mas posso citar obras que me marcaram em algum momento da minha vida como: Drácula, O conde de Monte Cristo, O apanhador no campo de centeio, O poderoso chefão, Hellboy e Batman.

AC: O que você acha do mercado literário nacional atualmente?

H: Acompanhei o surgimento de escritores como Eduardo Spohr, Affonso Solano, Leonel Caldela, Raphael Montes, escritores e artistas das Graphic MSP etc. e também a ascensão de editoras como a Draco, Grande Área, Ubu, Farol Literário, Nerdbooks, Pipoca e Nanquim. Então, vejo com bons olhos o nosso futuro editorial que, apesar de uma forte crise que veio crescendo nos últimos anos e da quebra de grandes livrarias, as editoras continuam resistindo às pressões e buscam lançar autores e obras de qualidade.

AC: Como fazer o acervo crescer?

H: Meu objetivo é manter as obras que eu tenho mais afinidade e me desfazer de outras que apenas ocupam espaço. Não busco uma grande quantidade de títulos, mas o suficiente para o longo da vida. E como o preço também pesa no bolso, tento ser criterioso na hora de comprar, avaliando o custo-benefício (como a qualidade da edição e a opinião de outros leitores – recomendo o uso da rede social Skoob para isso) e indo atrás de descontos em feiras e eventos como Festa do Livro da USP e Feira do Livro da Unesp.

AC: A lista de desejos sempre aumenta, mas dá para ler tudo?

H: O ritmo de leitura tem que ser constante. Algumas pessoas gostam de terminar uma leitura antes de partir para a próxima, mas eu prefiro fazer outras leituras em paralelo para “dar uma quebrada” na história de vez em quando e, se o texto não flui, eu desisto do livro e parto para o próximo. Outra coisa que me ajuda a ler bastante é utilizar aplicativos de leitura acessíveis no smartphone; elas leem o texto em voz alta enquanto eu faço outra atividade, como uma caminhada.

AC: Como formar novos leitores, na sua opinião?

H: Quem é leitor de verdade e não se prende a um tipo de leitura específica, tem uma bagagem cultural que vai além da literatura e, provavelmente, engloba livros, quadrinhos, cinema e televisão. Então, essas pessoas têm (ou deveriam ter) a responsabilidade social de instigar outras pessoas a lerem, ainda mais no contexto atual do País. Sugiro que façam isso com pessoas próximas como, por exemplo, presentear um amigo que não costuma ler com alguma obra que você imagine que a pessoa irá gostar; doar livros e quadrinhos para uma comunidade; apoiar o comércio local como sebos e livrarias pequenas porque isso incentiva o consumo em um “microambiente” etc.
Conversar sobre um bom livro deveria ser tão comum quanto conversar sobre um filme, mas para isso acontecer, os leitores experientes não podem ficar se fechando em grupos de “intelectuais” que só incentivam o consumo literário dentro de seu nicho, a cultura deve ser para todos. Essa questão merece um espaço maior para ser desenvolvida e acho que nosso canal está comprometido em ir além do entretenimento para cumprir essa responsabilidade de formar novos leitores.

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