Assista a série e leia o livro: Mindhunter

Mindhunter é uma série original da Netflix lançada em 2017 e que ainda está em andamento, tendo duas temporadas disponíveis na plataforma atualmente.

A série acompanha a vida dos agentes especiais do FBI Holden Ford (Jonathan Groff) e Bill Tench (Holt McCallany) que entrevistam serial killers a fim de entender suas motivações e outros aspectos psicológicos em relação aos assassinatos cometidos. O objetivo principal é utilizar tais conhecimentos adquiridos para traçar os perfis de possíveis suspeitos de crimes em andamento.

Cá entre nós, o primeiro episódio em específico é uma lentidão sem fim, mas depois de superá-lo, é difícil não maratonar. As atuações não necessitam de um clímax para envolver o espectador, pois suas forças vêm dos diálogos e das intrigas dentro da equipe; do mesmo modo, a caracterização e personificação dos entrevistados à imagem dos assassinos reais são assustadoramente fidedignas.

Ed Kemper (imagem via Canaltech)
David Berkowitz (imagem via Canaltech)

Diferente de outras séries ou filmes com tema policial que, geralmente, mostram explicitamente os crimes cometidos, Mindhunter foge do aspecto gore dos assassinatos e se foca no aspecto psicológico de seus personagens e como eles lidam com as adversidades, tanto nas entrevistas quanto nas investigações em andamento. Há pressão por todos os lados: a rigidez do FBI que não condiz com as necessidades da equipe, o aspecto político que pode ser um empecilho nas ações dos agentes e, por último, como esse trabalho afeta suas vidas pessoais. Nesse quesito, vejo certa familiaridade com outra série brilhante, True Detective (HBO, 2014-), cujos casos consomem pouco a pouco a mente, o corpo e as relações daqueles que se envolvem demais.

A obra é baseada no livro Mindhunter – O primeiro caçador de Serial Killers Americano (Intrínseca, 2017) dos autores Mark Olshaker e John Douglas, sendo este último o agente Ford da vida real. No livro – originalmente publicado em 1995 – John Douglas conta como foi sua carreira no FBI (que começa na década de 1970), e como ele e seus colegas iniciaram as entrevistas de serial killers nos primórdios da Pesquisa Comportamental, sendo os pioneiros na utilização de perfis psicológicos para solucionar investigações. É notável como crimes bárbaros descritos por Douglas causam asco e, paradoxalmente, um fascínio pela psique humana.

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