Assista o filme e leia o livro: Tomates verdes fritos

Sofri um pouco para ler este livro da autora Fannie Flagg, pois ele possui três linhas narrativas alternadas em curtos capítulos: uma linha de tempo atual (que se passa na década de 1980, época em que foi escrito); uma história que começa em 1929 e é narrada por uma personagem idosa (sra. Threadgoode) da linha de tempo atual e outra que acontece paralelamente a 1929, mas em forma de semanário. Viram a complicação?! Por isso, ao chegar próximo da centésima página de pura frustração, deixei o livro de lado e parti para o filme que eu nunca tinha ouvido falar.

E que belo filme! Nele vemos a alternância das linhas narrativas de maneira fluida, quando, na década de 1980, a personagem Evelyn Couch (Kathy Bates), que sofre com sua autoestima, vai a um asilo visitar casualmente a Sra. Threadgoode (Jessica Tandy) e esta lhe conta a história de Idge Threadgoode (Mary Stuart Masterson) e Ruth Jamison (Mary-Louise Parker), do Café da Parada do Apito, em um Alabama dos anos 1930 quando o racismo e a divisão de classes ainda estavam em voga será que mudou?.

[Se está complicado dar uma sinopse, imagine eu lendo essa linha de tempo maluca!]

Preconceito e racismo são os temas que dão base para as linhas narrativas e que exemplificarei com as seguintes personagens:

  • Evelyn Couch (tempos atuais, 1980): chegando à meia-idade fora de forma e com papel de esposa submissa, ela vive uma crise existencial. Mas a apatia é posta de lado quando ela começa a se inspirar nas histórias que a Sra. Threadgoode lhe conta;
  • Idge e Ruth (no passado, 1930): vivem um romance – ainda que não seja de maneira explícita –, em uma época de muita repressão em relação à liberdade feminina;
  • Big George (no passado, 1930): espero que não seja spoiler, mas quero enaltecer a obra citando que dentro da história existe um mistério relacionado ao sumiço do “ex-marido” de Ruth e, para resumir, as autoridades decidem… culpar o negro.

Um fato interessante é que eu comprei este livro às cegas porque achei a sinopse interessante, mas também sinto que fui enganado pelo título; pensava eu que se tratava de uma história envolta de culinária – algo como os filmes Sem Reserva ( 2007) com Aaron Eckhart  e Catherine Zeta-Jones ou Julie e Julia (2009) com atuações da papa-Oscar Meryl Strip e Amy Adams. Errei. Tomates verdes fritos aborda temas sérios, mas com clima de novela (no bom sentido, claro).

Assistam o filme e leiam o livro

Filme ou Livro? Apesar da minha desilusão quanto ao aspecto gastronômico, a adaptação cinematográfica de Tomates verdes fritos (Fried Green Tomatoes, 1991) foi muito bem recebida pela crítica e conta com atrizes como Kathy Bates (Louca obsessão, American Horror Story), Mary-Louise Parker (Red, Weeds) e até uma pontinha de Chris O’Donnell (Batman e Robin). O livro e o filme não deixam explícitos a relação homoafetiva entre as personagens principais Idge e Ruth, mas nas entrelinhas dá para notar que o amor vai além da amizade.

Considere assistir o filme antes de ler o livro, pois assim você terá melhor noção das composições narrativas, além de ter uma concepção visual bem definida dos personagens para uma leitura posterior.

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