The Umbrella Academy: Suíte do Apocalipse

Com a chegada da segunda temporada da série The Umbrella Academy na Netflix (paganóis), quero compartilhar minhas impressões sobre a obra original em quadrinhos.

A primeira edição brasileira da Devir é de 2009. Posteriormente as capas foram padronizadas conforme a versão americana.

Por mais estranho que pareça, a HQ foi concebida pelo vocalista da banda My Chemical Romance, Gerard Way e desenhada pelo brasileiro Gabriel Bá (mais conhecido por trabalhar com seu irmão gêmeo Fábio Moon em obras como Dois irmãos, 10 pãezinhos e Daytripper), além das cores do deus-colorista Dave Stewart (Hellboy, Daytripper, Black Hammer). A união de tais artistas não poderia ter sido melhor: The Umbrella Academy: Suíte do Apocalipse foi vencedora do Prêmio Eisner como melhor série [de quadrinhos], capista e colorista, além de conquistar também o Harvey Awards como melhor série [de quadrinhos] no longínquo ano de 2008, um ano após o lançamento da publicação original nos Estados Unidos pela Dark Horse.

Apesar de ser igualmente bizarro, o mundo de The Umbrella Academy é um pouco diferente da nossa realidade, pois logo nas primeiras páginas vemos uma luta, no melhor estilo telecatch, entre um humano e uma lula alienígena! O estranhamento inicial é perfeito para nos colocar dentro da história e nos fazer sentir o frescor da aventura que está por vir.

Homem vs. Lula Espacial, uma bela introdução

TUDO COMEÇA quando acontece um incidente, digamos… paranormal, no qual quarenta e três crianças nascem simultaneamente de mulheres que aparentemente não estavam grávidas. Ao saber do ocorrido, o cientista magnata Sir Reginald Hargreeves parte em busca dos recém-nascidos; não sabemos com quais objetivos, mas ele consegue “adotar” (ou raptar) apenas sete bebês.

Passados dez anos, vemos as crianças utilizando poderes/habilidades para lutar como super-heróis mirins contra o “monstro” Torre Eiffel, que começara a atacar as pessoas. Essa passagem da história, apesar de curtíssima, é importante pelo fato de apresentar todos os membros reunidos como uma família regida pela figura paterna de Hargreeves. Naquele momento, também ficamos sabendo que a Número Sete é a única sem poderes especiais, fator decisivo para o desenrolar da trama. E sim, as crianças têm seus próprios nomes, entretanto são tratadas por números (do um ao sete) a fim de preservar suas identidades.

Família…

Vinte anos depois da luta contra a Torre Eiffel, a morte de Sir Reginald Hargreeves ocasiona a reunião dos membros da família para o funeral e nós, leitores, somos novamente apresentados aos personagens principais da história, agora adultos. Como o salto de tempo foi grande, muitas dúvidas surgem e ficamos com vontade de saber o que aconteceu com cada um deles; por que Spaceboy (o Número Um) está num corpo de gorila e por que o Número Cinco, até então desaparecido, retorna após vinte anos ainda em forma de criança. E, o mais intrigante, como ele sabe que um apocalipse está próximo de acontecer?

The Umbrella Academy conseguiu mesclar elementos de ficção científica e aventuras pulp dentro de um universo de heróis, acrescido de muitos problemas familiares. Isso em 2007, muito antes de Black Hammer (2016), caso o tema lhe soe familiar. O resultado do sucesso da HQ – além dos prêmios e da adaptação para Netflix – foram as continuações The Umbrella Academy: Dallas e, depois de um longo hiato, o terceiro volume intitulado Hotel Oblivion.

A edição inclui as artes de James Jean

Temos um vídeo sobre o primeiro volume de The Umbrella Academy no canal do Anemia Cerebral, confira:

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