Update: filmes e séries

Outubro de 2020

Querido diário, há quanto tempo não apareço por aqui…

Outubro passou voando e eu quase não percebi e, tirando o peso da pandemia nas nossas vidas, até que passei pelo período de isolamento total bem ocupado (obrigado, freelas!). Mas não passei mentalmente ileso, de jeito nenhum. Nas últimas semanas, logo depois de terminar a parte pesada dos freelas, a estafa veio com tudo e fiquei apático. Falta de vontade de produzir ou de fazer algo mais elaborado – não só para o canal – havia se tornado rotina; com isso, acabei matando tempo jogando Fifa e assistindo algumas séries e filmes para ver se o período depressivo passava mais rápido. Deu certo. Aliás, deu tão certo que agora vou comentar rapidamente algumas obras que consumi e que valem a pena você dar uma olhada, se é que já não tenha visto.

FILMES

A vastidão da noite

Quando saiu o trailer, já fiquei com vontade de assistir o filme, mas enrolei meses até que finalmente tomei vergonha na cara. Já adianto que A vastidão da noite do diretor estreante Andrew Patterson não é um filme para agradar todo mundo, não só pelo tema de ficção científica de baixo orçamento, mas também pelo ritmo lento que acelera vagarosamente até seu desfecho.

A história se passa na década de 1950 em uma pacata cidade dos Estados Unidos onde todos se conhecem de tão pequena que ela é. Dois jovens aficionados por rádio, a telefonista Fay e o radialista Everett, tentam descobrir o significado de um estranho som captado durante uma ligação. Com apenas uma hora e meia de filme, os acontecimentos vão crescendo lentamente junto com a expectativa; quem assiste acaba imerso dentro do storytelling e se corroendo por dentro “será que aconteceu mesmo?”, “eram experimentos do governo?” ou “aliens?”. Vejam o trailer:

Halloween

Aproveitei o mês temático de outubro para ver Halloween, o thriller clássico de 1978 estrelado por Jamie Lee Curtis e dirigido pelo lendário John Carpenter (O enigma de outro mundo). Logo no início do filme, o pequeno psicopata Michael Myers, de apenas 6 anos, mata sua irmã mais velha a facadas; depois disso é ladeira abaixo… Após anos encarcerado no hospital psiquiátrico, Myers consegue escapar justamente na época de Halloween, fazendo novas vítimas e encontrando uma nova obsessão: Laurie Strode (Jamie Lee Curtis novíssima e calçando meias dos pés à cabeça é a coisa mais bizarra de assistir).

Sinceramente, a obra original de 1978, apesar de toda importância para o gênero slasher, carece de dinâmica e é preciso ter uma boa dose de paciência para assisti-la em pleno 2020, tanto pelas atuações quanto pelo ritmo lento. Apesar disso, a experiência foi importante para entender as motivações das personagens no revival de 2018, com a volta de Jamie Lee Curtis como uma protagonista preparada à la Sarah Connor para enfrentar seu algoz mascarado após anos de espera.

Então vale a pena assistir as duas obras em sequência, Halloween (1978) para entender a origem e motivações das personagens até seu desfecho em Halloween (2018). Ou seja, mesmo título de filme com uma carga de 40 anos nas costas.

SÉRIES

Cowboy Bebop

Lembro de ter visto algumas cenas do anime quando criança, mas aquilo não me chamava atenção – na época eu gostava mais de Dragon Ball, Liga da Justiça Sem Limites e Super Choque ou algo do tipo – o gênero espacial nunca foi do meu gosto. Mas o Diogo aqui do canal falou tão bem de Cowboy Bebop que acabei comprando a ideia.

Demorei os quatro episódios iniciais para entender a grandiosidade deste anime. Com apenas 26 episódios de aproximadamente 25 minutos cada, fiquei fascinado com a qualidade da animação – ainda mais por ter sido lançado em 1998 – e como o enredo consegue “brincar” com vários temas que, invariavelmente, mostram a faceta de cada um dos personagens. Cowboy Bebop foi além dos tiros e da violência gratuita comuns ao gênero, agregando várias influências norte-americanas, como a música (jazz e blues presentes na trilha sonora, assim como na própria história) e as aventuras de faroeste (já que os personagens iniciais Spike e Jet são caçadores de recompensa), mescladas ao futurismo e introspecção do indivíduo (filosófico e um pouco deprimente até), características há muito enraizadas na cultura nipônica.

The Office

Vergonha alheia em forma de série! Tive extrema dificuldade para aceitar que The Office era uma boa série porque lá em 2017 (acho…) tentei dar uma chance e desisti no primeiro episódio. O sentimento de vergonha alheia só piorava com aqueles personagens (ou especificamente Michael Scott?!) extremamente caricatos em situações absurdamente incômodas.

Como mudei de opinião? Comecei assistindo os bloopers (erros de gravação) no Youtube e fui me acostumando com a ideia de que a série explorava o limite da vergonha e que nem os atores conseguiam se segurar com os absurdos do roteiro – até me fez lembrar de quando o Diogo e eu gravávamos filminhos na escola; era tosco, mas todo mundo se divertia pacas.

E foi com esse espírito de “amigos gravando absurdidades no trabalho” que maratonei a série até a sétima temporada, quando senti que a qualidade declinou…

Por enquanto é isso… em breve falarei sobre alguns livros e quadrinhos que me entreteram durante o período de tédio total. Até mais.

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